Um muro todo enfeitado vai longe. São graças recebidas e pedidos! Filas enormes: gente de todas as idades e nacionalidades. Crianças por todo lado, compenetradas e alegres.
A emoção fica à flor da pele. Por acaso nos deparamos com uma pequena roda que chamou a atenção da equipe: duas brasileiras no nosso caminho. "Comecei a chorar. A emoção veio e foi toda para fora e eu não consegui segurar", comenta Márcia Cardinalo.
É difícil mesmo avaliar o que se sente na cidade de Éfeso, na Turquia. Segundo relatos, que passaram de geração em geração, lá ficaria a casa da mãe de Jesus Cristo. Maria foi para Éfaso fugindo da perseguição dos romanos, após a crucificação de seu filho. Ela foi levada por um dos discípulos de Jesus Cristo: João Evangelista. A casa, onde ela viveu até os últimos dias de sua vida, hoje, é um santuário para cristãos e também para muçulmanos.
"Quando eu entrei, me senti diferente. Eu imagino o que deve ter sido para uma mãe, que perdeu um filho, com aquela dor, ainda ter que fugir da perseguição e vir para esse lugar tão distante. Eu já morei na Turquia durante cinco anos, de 1995 a 2000, esta é a minha quarta vez. Vim acompanhar minha amiga, que está vindo pela primeira vez, e todas as vezes foi uma emoção muito grande", diz a turista Delma Moura Coelho.
"Não esperava que fosse assim. Não esperava mesmo. Eu senti um calor interno fora do comum. Eu já estive no Vaticano São Pedro, mas a emoção que eu tive aqui não se compara. Lá, eu acho bonito, mas a emoção, a devoção que as pessoas têm, o calor interior é muito grande aqui. Lá eu acho bonito pela beleza, pela ostentação, mas aqui a humildade leva muito mais à fé do que qualquer bem material", destaca a turista Márcia Cardinali.
Luxo e fé! É possível encontrar vários constrastes na Turquia. A basílica Haja Sophia, que significa sagrada sabedoria, quando foi construída, há 1.500 anos, era um templo cristão. Atravessou terremotos, incêndios, guerras e continua sendo uma das maravilhas da arquitetura mundial.
Quando a basílica foi construída era inteiramente decorada com ricos mosaicos, que desapareceram quando ela virou um templo muçulmano. Agora, esses mosaicos estão ressurgindo conforme séculos e séculos de pintura vão sendo retirados.
Percorrendo a imensidão de mármore se tem uma idéia da perfeição. Criada para ser a catedral da antiga cidade de Constantinopla, hoje é Istambul, era a capital do Império Otomano.
Igreja, mesquita, e, hoje, museu: admirado por multidões de pessoas do oriente e do ocidente. Paredes, teto, chão: não dá para dizer o que é mais bonito. Por dentro e por fora, um monumento suntuoso, com torres, ou minaretes, que parecem tocar o céu!
Do outro lado da praça, a hora da purificação, sinal de respeito. Descalços, os fiéis muçulmanos se preparam para entrar na mesquita azul. O Brasil tinha sido descoberto há apenas 100 anos e ainda era um território quase todo desconhecido e habitado por índios, quando a mesquita foi construída, no ano 1.600, pelo sultão Ahmed I. Ela é chamada de mesquita azul por causa da cor dos vitrais que existem lá dentro e da luz que atravessa por eles.
A mesquita fica lotada: 90% da população da Turquia são muçulmanos. A turista muçulmana Reyah Dagli, nascida e criada na Turquia, vai até a mesquita uma vez por semana. De volta ao santuário de Nossa Senhora, na cidade de Éfeso, a mulher diz que gosta muito do local, onde se sente melhor e mais leve. Ela comenta que, lá, pensa, medita e que sai muito melhor.
O professor Mehmet Ali Baskut fala: "ela era muito respeitada no Corão e a gente, como muçulmano, temos que respeitá-la também". Ele diz que, no corão, Nossa Senhora não foi tocada por nenhum homem e não fez maldade alguma. Lá o clima é muito bom, onde se sente o amor de Deus.
"Aqui nós somos o que nós somos realmente. Seres humanos simples, humildes, numa casinha. Todos nos tocam com a mão, choramos, é uma emoção de todo o grupo. São espanhóis, chilenos, argentinos, portugueses e nós, brasileiros", completa Delma Moura.
Márcia Cardinali diz que pede saúde e paz: "Eu tenho um filho, sou viúva há 16 anos. Peço muito pelo meu filho e pelos meus pais, que já estão idosos e eu não quero que eles sofram no final de vida".
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